domingo, 20 de junho de 2010

Um dia normal



Sugestão de Música: Jars Of Clay - Flood

Em uma tarde chuvosa, de poucas ações, poucas palavras e muito frio, deitada na cama, ao contrário, olhando pela janela o céu cinza e as os galhos das pontas das árvores balançando com o vento forte lá fora, eu estava a pensar, a recordar e a sentir no meu peito apertar tudo o que estava passando a limpo em minha mente.
Embaixo da coberta azul, com o edredom rosa em cima, o aquecer era simples e comum, em tudo que estava pensando eu estava desejando o aquecer diferente que só se sente de quem a gente deseja estar perto, sem compreender comecei meu dia irritada e naquele momento na cama eu comecei a me dar contar de que isso é consequência de sentir falta de algo, sentir falta de alguém ou simples consequência de querer fazer falta em algum lugar ou fazer falta para alguém, mesmo que desejar isso não seja pra mim tão bem associado aos meus pensamentos, mas no instânte eu me deixei ser egoista e me confortar pensando nisso.
Minutos se passaram e nada de conforto completo, foi então que resolvi fazer um capuccino bem quente, para ver se o sabor do café gostoso e o aroma me faziam animar-me e me levantar para fazer algo produtivo a alguém ou até conseguir me unir com quem estava na sala. Um "Olá" a todos eu disse, a cozinha parecia estar longe, a caneca pesada demais e minha fraquesa dominadora e perversa, feito o capuccino voltei ao meu quarto, tentanto imaginar o meu jardim a cada gole, ao terminar, o livro que comecei a ler retornei a folhar "A Menina que Roubava Livros", cada trecho lido me motivava a ler mais e mais, pensei eu por minutos poderia estar com todos torcendo lá na sala, mas ler fazia mais sentido pra mim, por instântes notei que estava mais motivada pelo fato de me prender a cada palavra lida e intensidade das aventuras do livro, mas senti meu pensamento voando até não conseguir mais viver a história narrada, de fato, é assim mesmo, eu vivo o que leio em minha mente como estivesse presenciando tudo ou até mesmo sendo o personagem, minhas vistas escurecerão, não consegui mais segurar o livro, tive de soltá-lo por entre as cobertas, deitar minha cabeça ao travasseiro fechar os olhos e esperar a sensação pesada passar e assim me deixar erguer o ombros novamente, ao abrir os olhos senti que não conseguia mais ler, apenas levantei e fui ouvir as adoráveis músicas que tanto ouço todos os dias.
Dores fortes no peito comecei a sentir, mesmo que lutasse contra, ainda era dolorido, meus dedos pareciam pesar em minhas mãos, minha cabeça parecia insistir em ficar abaixada, primeira música que fui ouvir Audioslave-Like A Stone, não só ouvi como cantei, vendo as fotos adoráveis no computador de minha irmã e outras coisas, assim foram muitas músicas, eu senti me fortalecendo, pode parecer bobagem, mas elas me ajudam muito, faz conjunto completo com as fotos, eu estava sozinha, mas a pensar nos sorrisos que dei, nos amigos que se foram, nos momentos que vivi, sim, cada letra tem um sentido, eu tenho uma trilha sonora, ainda não fiz a minha coletânea, mas se fosse pra se fazer um CD, ele seria perfeito pra mim e talvez se encaicharia na vida de alguém também.
Mais animada eu fui lavar minha caneca, dizer um "Olá" novamente, voltar a ouvir minhas músicas, até o momento da minha pequena irmã aparecer e pedir minha câmera fotográfica emprestada e insistir, mesmo que o NÃO repetido fora dito a ela, ele não existiu aos seus ouvidos e eu não resistir as suas palavras, agora estou eu aqui rindo com a fotos tiradas.
Mesmo uma tarde chuvosa tão trancada em casa, forma-se uma história, mesmo eu não fazendo praticamente nada, é a vida detalhista, que não deixa nada ser superficial, talvez um dia normal, mas um dia bem passado, mesmo que tenham fraquezas, saudades, sonolências, intervalos de risos, intervalos de gritos, choro e café apenas.

3 comentários:

Ruan Belentani disse...

Os detalhes fazem a diferença... um não que se tornou uma permissão e no fim alegrou seu coração =)

Larissa disse...

Acho que sinto o seu texto como se já o tivesse vivido, sem a parte das fotos da irmã e com um adicional: as vezes meu peito parecia querer explodir, como se quisesse pular para fora.

Schermak, Anna disse...

Como sempre encantador!